terça-feira, 6 de dezembro de 2011

5º Sarau Samambaia Poética



Acontecerá em Samambaia nesta próxima sexta, dia 09 de dezembro a 5ªedição do Sarau Samambaia Poética, iniciativa que está concorrendo ao Prêmio Anu 2011.

O Sarau é um encontro entre poetas Repentistas, Rapper's e Literatura Periférica idealizado por Markão Aborígine e Coletivo ArtSam.

Nesta edição do poeta Djalma Faustino trará a viola e poesia nordestina celebrando o lançamento do livro #PoucasPalavras do artista e escritor paulista Renan, do grupo de Rap Inquérito.

A Entrada é FRANCA e o público poderá conferir ainda exposição de fotografias, mostra de vídeos, e tantos poetas e poetizas. Compareça!

Sarau Samambaia Poética
As 19hs no Instituto Brasil Vivo
Qr 316 - Samambaia Sul (próximo ao SuperBom)

domingo, 26 de junho de 2011

Zé Brown lança novo Vídeo Clipe


Com direção de Vras77 o videoclipe “Desafio Zé x Leo” mostra mistura do rap com a embolada

São Paulo, SP – De Pernambuco a São Paulo, estranhando a temperatura de pouco mais de 15ºC em pleno domingo de manhã, o músico nordestino gravou o videoclipe da música “Desafio Zé x Léo” do CD Repente Rap Repente.

Dirigido por Vras77, o videoclipe foi feito no Vale do Anhangabaú e mostra uma “batalha” de embolada entre Zé Brown e um personagem criado por ele mesmo.

Semelhante às batalhas de rimas tradicionais na capital paulista, o músico trouxe à São Paulo um pouco da cultura nordestina e a gravação do videoclipe é, justamente, parte do documentário Cada canto um Rap, cada Rap um canto , feito pelo MC, compositor e geógrafo Renan Inquérito, em parceria com o diretor Vras77 e com a jornalista Jéssica Balbino.

Zé Brown, então, apresenta mais este trabalho, enquanto dá andamento ao projeto, que conta com produção da Mosaico Producciones, com direção musical de Skowa, que traz participações de Lenine, Rappin Hood, Dj Hum, Castanha (de Castanha e Caju), Paula Lima, Paulo Feire, Aurinha do Coco, Silvério Pessoa e dos emboladres Pinto, Xexéu e Maturi.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Casa do Cantador: Waldir Teles e Geraldo Amancio


Com o poeta Chico de Assis a frente da Casa do Cantador em Ceilandia, mensalmente haverão cantorias, trazendo ao DF os grandes ícones e alicerces da cultura nordestina.

Nesta primeira edição que contou também com a poetiza Lilian Diniz e João Santiago, os grandes poetas Waldir Teles e Geraldo Amancio animaram e trouxeram reflexão em casa mote, verso. Explanando sobre a infancia no nordeste a morte de Chico Mendes.

Com grande prazer o Coletivo ArtSam apresenta este portal com intuito de fortalecer e resgatar a cultura popular nordestina no Distrito Federal, tendo neste primeiro vídeo estes grandes campeões e verdadeiros gênios da música brasileira na capital brasiliense dos nordestinos.

Fique atento e atenta a agenda da Casa do Cantador, acesse:
http://www.sc.df.gov.br/

sexta-feira, 25 de março de 2011

Eterno Patativa


Uma das principais figuras da cultura nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença.

Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, frequentava a escola local, em qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses.

A partir dessa época, começou a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave. Sendo muito amigo da família Diniz.

Indo constantemente à Feira do Crato onde participava do programa da rádio Araripe, declamando seus poemas. Numa destas ocasiões é ouvido por José Arraes de Alencar que, convencido de seu potencial, lhe dá o apoio e o incentivo para a publicação de seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, de 1956.

Este livro teria uma segunda edição com acréscimos em 1967, passando a se chamar Cantos do Patativa. Em 1970 é lançada nova coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas comentados, e em 1978 foi lançado Cante lá que eu canto cá. Os outros dois livros, Ispinho e Fulô e Aqui tem coisa, foram lançados respectivamente nos anos de 1988 e 1994. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Faleceu na mesma cidade onde nasceu.

Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade.

Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.

A transcrição de sua obra para os meios gráficos perde boa parte da significação expressa por meios não-verbais (voz, entonação, pausas, ritmo, pigarro e a linguagem corporal através de expressões faciais, gestos) que realçam características expressas somente no ato performático (como ironia, veemência, hesitação, etc.).

A complexidade da obra de Patativa é evidente também pela sua capacidade de criar versos tanto nos moldes camonianos (inclusive sonetos na forma clássica), como poesia de rima e métrica populares (por exemplo, a décima e a sextilha nordestina). Ele próprio diferenciava seus versos feitos em linguagem culta daqueles em linguagem do dia-a-dia (denominada por ele de poesia "matuta").

Obras Livros de poesia

* Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa (1967);
* Cante Lá que Eu Canto Cá (1978);
* Ispinho e Fulô (2005) (1988);
* Balceiro. Patativa e Outros Poetas de Assaré (Org. com Geraldo Gonçalves de Alencar) (1991);
* Cordéis (caixa com 13 folhetos) (1993);
* Aqui Tem Coisa (2004) (1994);
* Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré (Org. Sylvie Debs) (2000);
* Digo e Não Peço Segredo (Org. Guirlanda de Castro e Danielli de Bernardi) (2001);
* Balceiro 2. Patativa e Outros Poetas de Assaré (Org. Geraldo Gonçalves de Alencar) (2001);
* Ao pé da mesa (co-autoria com Geraldo Gonçalves de Alencar) (2001);
* Antologia Poética (Org. Gilmar de Carvalho) (2002);
* Cordéis e Outros Poemas (Org. Gilmar de Carvalho) (2008).


Caboclo Roceiro

Patativa do Assaré

Caboclo Roceiro, das plaga do Norte
Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,
A tua desdita é tristonho que canto,
Se escuto o meu pranto me ponho a chorar

Ninguém te oferece um feliz lenitivo
És rude e cativo, não tens liberdade.
A roça é teu mundo e também tua escola.
Teu braço é a mola que move a cidade

De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça de enxada na mão
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua opressão

Tu pensas, amigo, que a vida que levas
De dores e trevas debaixo da cruz
E as crides constantes, quais sinas e espadas
São penas mandadas por nosso Jesus

Tu és nesta vida o fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarda contigo esta crença
A tua sentença não parte do céu.

O mestre divino que é sábio profundo
Não faz neste mundo teu fardo infeliz
As tuas desgraças com tua desordem
Não nascem das ordens do eterno juiz

A lua se apaga sem ter empecilho,
O sol do seu brilho jamais te negou
Porém os ingratos, com ódio e com guerra,
Tomaram-te a terra que Deus te entregou

De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça , de enxada na mão
Caboclo roceiro, sem lar , sem abrigo,
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.